Famílias agricultoras sem terra ocupam propriedade rural no município de Campina Grande nesta madrugada

Famílias agricultoras sem terra ocuparam na madrugada desta segunda-feira(26), uma propriedade rural no quilometro 174 da BR 230, distante 14 quilômetros de Campina Grande, próximo a comunidade Bosque, Distrito São José da Mata.

A propriedade, segundo a coordenação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, pertence a um cidadão campinense conhecido como João Ribeiro, não tem atividade produtiva e passa a ser de interesse das famílias agricultoras objetivando desenvolver atividades produtivas. “Essa nossa ação faz parte da jornada unificada de lutas que o movimento está desenvolvendo no país inteiro. Simultaneamente ações desse tipo, ocupações de latifúndio, mobilizações nas capitais, pressão nos órgãos de governo, então vão acontecendo e como parte dessa jornada. Nós estamos aqui na região reivindicando uma série de outras propriedades inclusive essa que nós ocupamos, nós estamos reivindicando angicos, estamos a fazenda Juá, estamos reivindicando a Vale do Capuxu, estamos reivindicando a olho d’água, estamos reivindicando a Fazenda Esperança, quer dizer, essa ocupação ela simboliza toda uma mobilização que está em efervescência na região pra conquista desses latifúndios, dessas terras que hoje não produzem e que hoje não servem para alimentar o povo brasileiro, que não servem para o desenvolvimento do país”, argumenta um dos coordenadores do MST no estado, David Rodrigo Capistrano, lembrando a importância da produção da agricultura no desenvolvimento da região quando as famílias agricultoras conquistam a terra e ganham a capacidade de se iniciar como produtoras autônomas. “As terras que nós estamos pedindo são terras ociosas que não estão produzindo, como a gente já havia dito, terras que não estamos produzindo alimento para o país para alimentar o povo brasileiro, não estão servindo para o desenvolvimento desse país e por isso os trabalhadores sem terras estão fazendo essa luta pra conquistar essa terra pra colocar a serviço da sociedade brasileira, a serviço do campo e muito mais da cidade porque se o campo não planta a cidade não janta, a cidade não almoça, não toma café da manhã, então essas áreas foram todas mapeadas pelo Movimento, todas elas são latifúndios improdutivos, não produzem nada, não tem criação, não tem agricultura, não pecuária por isso que os agricultores estão reivindicando essas terras pra puder fazer essas terras produzirem”.

Outra componente da coordenação do movimento, Doracema Barbosa Martins, disse que a meta é fazer com que as famílias tenham acesso a terra e possam melhorar seu padrão alimentar e contribuir com o desenvolvimento da região á medida que oferta produção alimentícia para os moradores urbanos, fazendo circular a economia e o desenvolvimento regional. “Acho que essa ocupação é uma coisa gratificante para nós trabalhadores agricultores porque essas ocupações aqui próximo a Campina Grande é uma grande vitória para os trabalhadores, para a sociedade ver também que os trabalhadores têm força de vontade pra trabalhar, pra manter também os filhos, a família e também para a sociedade ver que os trabalhadores têm coragem de lutar, trabalhar pra manter o pão de cada dia na mesa de cada um”.

Já o agricultor Absalão Francisco Monteiro, disse ser uma ação necessária porque é preciso colocar as famílias para desenvolverem as ações de produção para a alimentação da família e oferta de alimentos de qualidade desenvolvidos numa lógica de agricultura sustentável. “É porque exatamente o que existe hoje na vida rural e o pessoal da cidade, o pessoal sai da zona rural pra cidade e chega lá não tem um emprego, porque os poderem públicos dizem que tem o emprego e não arruma, então o povo corre da zona rural para a cidade, então nós estamos trabalhando pra voltar esse povo pra zona rural pra trabalhar e sair desse lenga, lenga de emprego, desempregos, de fome, de morar em periferia, viciar as famílias que têm o poder nas mãos de trabalhar e sobreviver e estudar porque hoje é necessário isso, então nossa luta é essa, resgatar esse povo da cidade pra vir para o campo”, argumenta aquele agricultor ao dialogar com a equipe Stúdio Rural nesta madrugada.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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