Pajeú pernambucano inicia projeto agroecológico do algodão

A microrregião do Pajeú pernambucano está com tudo pronto para iniciar o projeto de produção do algodão agroecológico com financiamento da Petrobrás e objetivando, através das entidades de agricultores e de pesquisas, encontrar o ponto ótimo de produção em convivência com insetos como o bicudo que quando transformado em praga torna impossível a produção de forma economicamente inviável. O projeto visa ano a ano envolver maior número de famílias e nesta safra 2009 inicia com 30 famílias das cidades de Afogados da Ingazeira, Tabira e Carnaíba num projeto que envolve mais 30 famílias no Cariri Ocidental da Paraíba, 30 famílias no Sertão do Ceará e a mesma quantidade de famílias no Apodi do Rio Grande do Norte.

Stúdio Rural conversou com o representante do Projeto Sertanejo, em Afogados da Ingazeira-PE(foto), Afonso Cavalcante Fernandes, que falou sobre o trabalho que já vem sendo feito naquela microrregião pernambucana com as ações das entidades parceiras a exemplo da empresa de pesquisas Embrapa Algodão Campina Grande, Projeto Dom Helder Camara, Coopagel dentre outras. “O pessoal acabou de passar por um processo formativo até o final de 2008, agora em 2009 já trabalhado todo o preparo da terra onde as pessoas estão aguardando só as chuvas caírem pra arar as terras, as sementes já foram distribuídas e a idéia agora é esperar as chuvas e arar a terra para estabelecer os consócios”, explica Cavalcante, se reportando ao conjunto das sementes de culturas produzidas pela Embrapa e que farão parte da diversidade daquela nova prática na cotonicultura agroecológica.

Ele disse que produzir e pesquisar o algodão BRS Aroeiras no cultivo diversificado com culturas resistentes ao clima da região e condições do solo é a meta do projeto que neste ano envolverá 30 famílias e que no ano seguinte já envolverá 330 famílias por cada microrregião destes Estados do semiárido brasileiro. “Partir para 330 famílias produzindo é uma área considerável considerando que o algodão praticamente inexiste hoje nestas regiões do semiárido e a gente está bastante otimista porque além do algodão a gente vai ter outros consórcios, a família vai ter outras rendas e do próprio algodão a gente vai ter outros subprodutos, vai ter fibra da pluma, vamos ter caroço do algodão que pode servir de alimentação do animal e tudo isso comercializado de uma forma que seja justa para a família”, argumenta o técnico ao dialogar com os ouvintes das emissoras parceiras de Stúdio Rural, acrescentando que as famílias envolvidas acreditaram no projeto em função da credibilidade das organizações que estão envolvidas nesse processo a exemplo do trabalho que já vem sendo feito pelo Esplar lá no Ceará, a Diaconia no Estado de Pernambuco, a Arribaçã na Paraíba que já acompanham as famílias e negociam a produção junto ao mercado justo nacional e internacional. “O pessoal da Diaconia já trabalha há uns cinco anos com a experiência do algodão agroecológico, eles têm experiências e acho que a experiência deles vai contribuir e a da gente também vai contribuir com a deles e neste ano é o primeiro ano que eles estão comercializando, a safra de 2008 eles acabaram de vender agora, então já existe um trabalho anterior”, relata.

Afonso explicou que uma das coisas que deu muita credibilidade ao projeto foi o fato do trabalho está sendo assessorado pela Embrapa Algodão por ter, segundo ele, um vasto trabalho de pesquisas para o enfrentamento ao bicudo e junto com os conhecimentos adquiridos das organizações tem feito com que as famílias passem a acreditar que o projeto produtivo do algodão será também de êxito naquela microrregião. “As pessoas viram que não era um projeto onde elas iam plantar e simplesmente perder para o bicudo, elas viram que há alternativas de convivência desenvolvidas por essas organizações e por outras organizações também e isso, de certa forma, deu muita credibilidade as famílias para adotarem”, anima aquela liderança.

Fonte: Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

Compartilhe se gostou

Deixe seu comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos marcados como (obrigatório) devem ser preenchidos.

Newsletter

Através da nossa newsletter você ficar informado, o informativo do estudo rural já conta com mais de 20 mil inscritos, faça parte você também.

Back to Top