Representações apresentam propostas para pecuária e cochonilha em sessão na assembléia

Apresentar as novas variedades de palmas resistentes á Cochonilha do Carmim enquanto tecnologia adaptável capaz de substituir a palma gigante na busca do desenvolvimento sustentável da pecuária de toda a região semiárida paraibana e cobrar ações práticas do Governo do Estado no processo de multiplicação das variedades que já estão sendo aplicadas pela Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraibana. Esse foi um dos temas em discussão na tarde da última terça-feira(11/04) em seção especial acontecida na Assembléia Legislativa do Estado da Paraíba, numa propositura do deputado estadual Assis Quintans e que contou com representações de entidades diversas do estado da Paraíba que discutem produção, produtividade e também sustentabilidade no meio rural paraibano a exemplo da ASA Paraíba, Articulação no Semiárido Paraibano; CONSEA, Conselho Estadual de Segurança Alimentar; CUT, Central Única dos Trabalhadores; Sistema FAEPA/SENAR, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barra de Santana representando o Território de Desenvolvimento Rural do Cariri Oriental; Coapecal, Cooperativa Agropecuária do Cariri dentre outras além de órgãos diversos do governo paraibano.

“É Porque aqui é a casa do povo e se é a casa do povo nós temos de corrigir essa discussão com todos os segmentos produtivos vinculados ao setor primário para mostrar à sociedade paraibana e às autoridades constituídas a necessidade de definir estratégias para solver o problema, ficou bem claro que todos nós sabemos na Paraíba de que a Cochonilha do Carmim está realmente dominando a destruição dos plantios de palma do Estado da Paraíba e uma das vocações da Paraíba é a pecuária e eu não vejo como desenvolver pecuária sem palma, assim ficou definido os encaminhamentos e eu tenho certeza que a Assembléia irá fazer com muita competência esse encaminhamento para que todos os deputados federais, senadores e governo do estado tomem conhecimento das dificuldades que o homem do campo está enfrentando com essa praga da Cochonilha do Carmim”, explica o deputado estadual Assis Quintans em participação no Programa Universo Rural da Rádio Bonsucesso de Pombal desta quarta-feira(13/04), evidenciando que os municípios de Caturité e Barra de Santana vêm fazendo um trabalho de multiplicação e distribuição de palma junto aos agricultores e entidades locais mostrando que com atitudes políticas por parte do estado será possível romper com essas dificuldades apresentadas.

Representante da ASA Paraíba, Valdir Cordeiro disse lamentar que o problema da cochonilha tenha que ter se ampliado tanto no seu processo de devastação e elevados prejuízos para a economia da pecuária estadual para que inicie visibilidade no seio das instâncias políticas do estado e para que se inicie um possível trabalho de fortalecimento da pecuária estadual que tem ofertado produtos alimentícios para o mercado, para programas governamentais importantes além de ofertar oportunidades de trabalho e renda em diversos municípios de inúmeras microrregiões paraibanas. “Primeiramente a gente lamenta ser preciso uma verdadeira catástrofe para que se pudesse ter um momento como esse em que senta sociedade, senta governo pra pensar perspectivas de alimentação animal, acho que a gente precisa sair dessa pequenez de pensar apenas a cochonilha como a praga que aí está como a grande vil㠓, explica Cordeiro, justificando que as entidades componentes do Coletivo Regional do Cariri, Seridó e Curimataú já vem apresentando alternativas forrageiras para o rebanho de forma eficiente e agroecológica.

Ao dialogar com Universo Rural, o secretário da agropecuária e pesca, Marenilson Batista da Silva, disse da importância do evento para que o legislativo possa conhecer de perto a realidade enfrentada pelos pecuaristas de toda a região que dependem da palma forrageira como fonte alimentar e que agora enfrenta a falta do produto em razão do ataque devorador da praga cochonilha. “Acho que é importante esse momento que está se discutindo uma praga tão feroz que é a Cochonilha do Carmim que já entrou há algum tempo no estado e que infelizmente o estado patinou muito tempo sem tomar soluções definitivas e o Governo Ricardo Coutinho está tomando medidas que garantam sustentabilidade futura a exemplo da distribuição da palma resistente, a exemplo do programa estadual de alimentação animal que contempla a palma resistente, contempla a chegada de novas forragens, contempla o uso de alternativas, contempla a diversificação de forrageiras, ou seja, e esse diálogo permanente com a Emater presente no sentido de garantir que haja esse conhecimento e a melhor convivência dessa praga na nossa região”.

O presidente do Sistema FAEPA/SENAR, Mário Antônio Pereira Borba, ao dialogar com a equipe Stúdio Rural, falou da importância da seção espacial e disse que a Federação da Agricultura e da Pecuária da Paraíba já vem há três anos solicitando o registro de um produto agroquímico que venha ser utilizado para o combate a cochonilha. “Temos que ter uma ação de imediato e não tem outra a não ser a questão do agroquímico e, como eu disse, respeitando a Emepa que já tem esse remédio, já tem essa solução que já foi encontrada há vários anos e o porque disso não está acontecendo e ela(cochonilha) continua tomando espaço na nossa Paraíba?”, questiona Borba.

Arimatéia França representou a CUT e CONSEA, disse que há ampla preocupação com relação a praga da cochonilha já que corre-se o risco de que as famílias, na busca de alternativas, passem a buscar produtos venenosos como forma de combater a praga já que não estão tendo acesso aos conhecimentos da existência das novas variedades de palma forrageira já aprovadas na Emepa. “Temos que ter uma discussão cuidadosa na produção com os trabalhadores que estão no campo que produzem o leite, cuidadosa para os que compram e recebem o leite do governo do estado, preocupados também com a produção da carne enquanto alimento e preocupado também com os recursos que vêm que são oriundos do bolso do trabalhador que paga impostos e mantém programas e pra você ter uma idéia só no PAA R$ 80 milhões que vem para o programa com perspectiva de aumentar para 60% desse recurso. Para o CONSEA e suas entidades foi muito importante esse debate sobre a cochonilha e nós temos que agir rápido para que isso seja colocado em prática, alternativas têm exemplares de resultados exitosos que a gente vai trabalhando na perspectiva de que seja efetivado as ações concretas”.

“Como a gente entende que a solução ela é política e eu coloquei bem claro na nossa fala aí, esse é o fórum, o local pra gente mostrar o que nós temos feito e buscar as soluções, fazer essa corrente política e unir os nossos deputados, nossos prefeitos e vereadores e fazer com que chegue ao nosso governador e mostrar o que tem feito além de mostrar as soluções que a gente tem que buscar, coisas imediatas e nós com o trabalho da Coapecal vamos buscar isso e onde tiver discussões sobre a cochonilha e buscar soluções para o problema da cochonilha e não digo nem o problema da cochonilha porque isso é uma guerra que eu considero que a gente perdeu, mas vamos buscar solução na palma resistente e por outro lado ir buscar as alternativas imediatas que é a silagem de sorgo”, comenta o diretor presidente da Coapecal, Cooperativa Agropecuária do Cariri, Marcelino Trovão de Melo.

Ao usar a tribuna da casa, Marcelino falou sobre as ações desenvolvidas desde 2010 no município de Caturité pela Coapecal em parceria com entidades diversas na busca da utilização das variedades resistentes plantadas nas áreas dizimadas pela praga que já estão todas ocupadas com as novas variedades associado aos trabalhos com silagem á base do sorgo, ações que já tiram o município e seus empreendedores da área de risco extremo.

Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barra de Santana, Paulo Medeiros Barreto, utilizou a tribuna para falar dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos naquele território rural a exemplo das ações que vêm sendo desenvolvidas por aquele sindicato que já promoveu seminário, plantios das novas variedades em unidades demonstrativas de produção além de distribuições diversas que estão acontecendo a partir do trabalho de conscientização que vem sendo desenvolvido pelas entidades associadas o que já contabiliza quase 100 mil raquetes distribuídas.

Ao ser entrevistado pela equipe Stúdio Rural ele fez críticas ao que chamou de lento trabalho desenvolvido pelo governo estadual e falou sobre a deficiência da assistência ofertada pela Emater enquanto instrumento do governo falando ao secretário da pasta e ao público sobre o fato de que existe apenas um técnico para prestar assistência à quatro municípios da região e criticou o anúncio do governo do estado em distribuir 150 mil mudas de raquetes de palma, dizendo ser muito abaixo da realidade, principalmente quando comparado as ações desenvolvidas em municípios como Caturité e Barra de Santana que já contabilizam significativas ações  a partir das ações dos próprios produtores e entidades locais. “Eu como governo não teria colocado esses dados no papel porque pra mim é vergonhoso o estado que diz que está há dez anos trabalhando a convivência com essa praga, estudando as novas variedades e botar no papel e dizer que distribuiu 150 mil raquetes, onde Barra de Santana junto com dois parceiros distribuiu 100 mil raquetes, onde a cooperativa cariri lá de Caturité só ela sozinha distribuiu pra seus cooperados 400 mil raquetes, é vergonhoso o governo do estado botar no papel que distribuiu 150 mil raquetes”, critica aquele representante dos trabalhadores e trabalhadoras rurais daquele município e território de desenvolvimento rural sustentável.

Fonte : Stúdio Rural / Programa Universo Rural

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